
Posso abarcar o mundo inteiro dentro de mim,
mas sem amigos, me engoliria a primeira marola.
Sopro aqui meus pensamenOs e as inquietações de minh'alma. E concomitantemente,divido-os com quem sofre da beleza de viver!
VermelhO é meu desejO por teu corpO
e tudo se adensa a essa interminável sensaçãO:
as paredes do meu quartO,
o espelho , os mínimOs os recantos da imaginação...
'Inda plantO essa cor viva no meu horto mortO,
findo as horas em devaneio nessa estampada atração!
Trancada na escuridão das memórias turbulentas ,
por um triz me perco entre verdades cinzentas .
Faço baú de mim mesma, fecho-me de angústias vividas
prisão imperfeita, deixa-me emoções espargidas.
Então se esvaecem minhas sensações afora
e de 1 devaneio fulminante arrebatam-me, Caixa de Pandora.
Abatida minh'auréola de sonhos, Neste ambiente repgnate e hostil
que evoca à alma sequer nenhum calafrio
é onde parasito meu corpo sombrio.
Num porto onde atraca a solidão
tragam-me o amor em conta-gotas, faça-se urgente efusão
que cesse a maresia atroz e sanguinolenta
atraque assim, minha dor passional e violenta
Que colem de desejos minhas frestas palpitantes,
devolvam-me a penumbra exorbitante.
Já desculpada à audácia atroz de tentar ser reluzente
em ornar de amor minha dor vivente!
Permita consumir-me em minha sina errante,
em nunca desfrutar a condição de amante!